"Recheio da casa da dupla de designers Alves/Gonçalves vai ser vendido em leilão online"

Marcado para o dia 24 de março, inclui 286 peças de arte, mobiliário, cerâmica e luminária. Visita virtual permite descobrir já os tesouros dos 'manéis'.

 

A célebre dupla de designers de moda portugueses Manuel Alves e José Manuel Gonçalves vai leiloar a “Colecção Alves/Gonçalves”, composta por 286 peças de arte, mobiliário e decoração do século XX, resultado de uma vida de viagens, interesses e paixões. O leilão online do recheio da casa em Lisboa está agendado para o dia 24 de março de 2021, mas já é possível licitar — os valores base variam entre os 15 e os 30.000 euros.

Através de uma visita virtual, cortesia do Palácio do Correio Velho e dos anfitriões, durante estes dias, é possível entrar na casa e conhecer os tesouros dos 'manéis' que, em meados dos anos 80 do século passado, iniciou uma profícua colaboração.

Divisão após divisão, a residência contém peças de design singulares, como as cadeiras e mesas em cartão canelado de Frank Gehry, o centro de mesa e o candeeiro, ambos em bronze, do francês Hervé van der Straeten, a mesa de aço e vidro da Oitoemponto ou os dois candeeiros colorida, produzidos em Portugal na década de 60, segundo conta o Observador.

Outras peças em destaque são as porcelanas da alemã Rosenthal, vidro de Murano, as célebres Lounge Chair e Ottoman de Charles Eames, um sofá de Jasper Morrison e um segundo assinado por Amanda Levete, a arquiteta que projetou o MAAT.

“Esta pandemia fez-nos passar mais tempo no espaço e olhar para o que fomos amontoando. A verdade é que não faz sentido ter tantas coisas e, a certa altura, surge a necessidade de mudar. Como designer, tenho de inventar novas soluções — a nível de vestuário, de estilo de vida e da minha própria casa. Não sou o tipo de pessoa que nasce e morre no mesmo sítio, com os mesmos objetos”, disse Manuel Alves ao jornal online.

Seja por inquietude ou por aversão à monotonia, o casal já pensa no próximo leilão, daqui a “quatro ou cinco anos”. E remata a conversa com o Observador antecipando que “dentro de uns dois meses, já vai haver novos objetos em casa. Talvez seja da idade — já estou nos sessentas –, faz-me impressão ver as casas sempre com as mesmas coisas”.

 

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