Lot 117

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Description:

JÚLIO POMAR, Júlio Artur da Silva Pomar (1926-2018)
"Os Mascarados de Pirenópolis" - XII
Óleo sobre tela
Assinado e datado de 1987 (frente e verso)
Dim. aprox.: 162 x 130,5 cm.; Dim. total aprox.: 166 x 134,5 cm.
Verso com indicação de título. Emoldurado.

Cat. Galeria 111 (Arco 88, Madrid) "Os Mascarados de Pirenópolis", com texto (espanhol e inglês) de Manuel Castro Caldas.

Os quadros brasileiros de Pomar, "Mascarados" e "Índios", nasceram da observação directa, são pintura de viagem e de observação, o que inclui a referência precisa ao que o pintor viu, no lugar, vendo depois, no atelier, 'o que se passa sobre a tela'. Os cavaleiros são vistos a avançar sobre o espectador – sobre o pintor, que os vê chegar da tribuna onde estava, e - depois, no atelier - sobre o pintor e observador que olha frontalmente o quadro, em execução ou em exposição). Como em tantas outras vezes, o pintor viu os cavalos em tropel, de corrida (na série 'Les Courses') e de frente (por exemplo as grandes tapeçarias da sede da CGD). É um assunto que lhe é muito próprio e pelo qual questiona possibilidades de tratamento do espaço e da aparição-definição da forma entre figura e fundo, quando este ainda existe, na sucessão de corpos sobrepostos que se lançam em velocidade. (...) In: "Do Brasil. Goiás e Xingu, Brasília, 1986-90 a 2004", no livro de Alexandre Pomar, "Júlio Pomar. Depois do Neo-Realismo", no prelo.

"O que me fascinou nas cavalhadas de Pirenópolis não foi reencontrar, no interior do Brasil, uma tradição portuguesa, as festas do Divino Espírito Santo, tal como se praticam nos Açores. O que me encheu os olhos foi o que, em Pirenópolis, aqui se inventou (...) a cidade toda é outra festa, percorrida à desfilada, da manhã ao sol posto, pelos cavaleiros do povão que inventam as mais variadas fantasias, recriando mitos eternos – o boi, a onça, o diabo, a morte. (...) Esse momento em que centenas de cavaleiros (do apocalipse?) entram à carga e estacam, de repente, diante das tribunas, é indescritível; coisa do fim do mundo. Estes pobres cavaleiros são o triunfo da imaginação, cada um se fantasia e adorna a montada com os meios de que dispõe, flores de papel, vidrinhos, fitas de cores, chita nova ou trapo velho, sininhos, guizos ou latas de coca-cola com pedrinhas lá dentro. A máscara do touro domina, aparece a onça com suas manhas, o diabo dialoga com a morte, corriqueiras máscaras carnavalescas aí tem também o seu lugar, ao lado de outras inventadas na altura: um cartão pintado, um saco esburacado. Esta invenção é uma marca de vitalidade, de explosão lúdica. (...) Se o espetáculo do terreiro (batalhas) é um ritual com princípio, meio e fim, a participação dos mascarados é uma representação sem tempo. É um existir e não a narração de uma história, e é aí que a aproximação do mito é mais forte, sangrando o sagrado. Cor e movimento, e os sons que deste decorrem, mutuamente se exacerbam. Os contrastes das cores e das matérias que vestem ou escondem os participantes, mesmo nos cavalos só quase as pernas ficam à descoberta, multiplicando-se e desmultiplicando-se ao sabor da corrida; tudo se funde numa vertiginosa transfiguração do real. É o Reino da Máscara, assunção do Real mais real que a realidade."

Declarações do artista em "Pomar/ Brasil", entrevista de Júlio Pomar por Paulo Herkenhof, publicada na Revista do Patrimônio histórico e Artístico, Rio de Janeiro, Nº Especial 1999, pp. 67-77.

“... um grande bailado ao ar livre. Como se vê em Pirenópolis. Como Júlio Pomar viu em Pirenópolis, uma cidadezinha de Goiás, próxima a Brasília - próxima na escala brasileira, pois entre uma e outra há 310 quilômetros de estrada. Em Pirenópolis, desde o primeiro quartel so século XIX, todos os anos, durante os festejos do Divino Espírito Santo, as cavalhadas ganham a praça. Os três dias de espectáculo começam com um desfile de mascarados, vestidos de roupas coloridas e estampados, como coloridos e estampados são os panos que cobrem as suas montarias enfeitadas também de flores, fitas e guizos. As máscaras, de pano ou moldadas em papelão, apresentam em geral a forma de cabeça de um boi, de aspas enormes, e são pintadas com força e brilho.” Alberto Costa e Silva, no catálogo Pomar/Brasil, Museu de Arte de São Paulo 1990.

    Condition:
  • JÚLIO POMAR, Júlio Artur da Silva Pomar (1926-2018)
    "Os Mascarados de Pirenópolis" - XII
    Oil on canvas
    Signed and dated 1987 (front and back)
    Dim. approx.: 162 x 130.5 cm.; Dec. total approx.: 166 x 134.5 cm.

    Back with title indication. Framed.
    Cat. Gallery 111 (Arco 88, Madrid) "Os Mascarados de Pirenópolis", with text (Spanish and English) by Manuel Castro Caldas.

    The Brazilian paintings by Pomar, "Mascarados" and "Índios", were born from observation direct, they are painting of travel and observation, which includes the precise reference to what the painter saw, in the place, later seeing, in the studio, 'what happens on the canvas'. The riders are seen advancing on the spectator – on the painter, who sees them arrive from the tribune where he was, and - later, in the studio - on the painter and observer who looks frontally at the painting, in execution or in exhibition). As on so many other occasions, the painter saw the horses trooping, racing (in the 'Les Courses' series) and from the front (for example the large tapestries at CGD's headquarters). It is a subject that is very specific to him and for which he questions possibilities for treating space and the appearance-definition of form between figure and background, when the latter still exists, in the succession of superimposed bodies that launch at speed. (...)
    In: "From Brazil. Goiás and Xingu, Brasília, 1986-90 to 2004", in Alexandre Pomar's book, "Júlio Pomar. After Neo-Realism", in press.
    "What fascinated me about the cavalhadas in Pirenópolis was not finding again, in the interior of Brazil, a Portuguese tradition, the feasts of the Divine Holy Spirit, as they are practiced in the Azores. What filled my eyes was what, in Pirenópolis, here invented (...) the whole city is another festival, paraded through, from morning to sunset, by the knights of the common people who invent the most varied fantasies, recreating eternal myths – the ox, the jaguar, the devil, death (...) That moment when hundreds of knights (of the apocalypse?) charge up and stop, suddenly, in front of the tribunes, is indescribable, something from the end of the world. These poor knights are the triumph of the imagination, each one dresses up and adorns the mount with the means at his disposal, paper flowers, glass, colored ribbons, new calico or old rags, bells, rattles or coconut cans a-glue with pebbles inside. The bull mask dominates, the jaguar appears with his tricks, the devil dialogues with death, everyday carnival masks also have their place there, alongside others invented at the time: a painted card, a bag with holes. This invention is a mark of vitality, of playful explosion. (...) If the spectacle of the terreiro (battles) is a ritual with a beginning, middle and end, the participation of the masked men is a representation without time. It is an existence and not the narration of a story, and this is where the approximation of the myth is strongest, bleeding the sacred. Color and movement, and the resulting sounds, mutually exacerbate each other. The contrasts of colors and materials that the participants wear or hide, even on horses only the legs are almost exposed, multiplying and demultiplying as the race goes on; everything melts into a vertiginous transfiguration of reality. It is the Kingdom of the Mask, assumption of the Real more real than reality."
    Statements by the artist in "Pomar/ Brasil", interview by Júlio Pomar by Paulo Herkenhof, published in the Revista do Patrimônio Histórico e Artístico, Rio de Janeiro, Nº Especial 1999, pp. 67-77.

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